Arte de Émilie Charmy
Minha homenagem a todos que ainda dizem que a comida está na mesa, batendo de porta em porta, de quarto em quarto, que não desistiram do trabalho de reunir a família.
Minha homenagem a todos que ainda preparam a salada mesmo sabendo da antipatia da turma.
Minha homenagem a todos que arrumam a mesa com guardanapos e casais de talheres, e tiram uma hora de seu dia para ouvir os familiares.
Minha homenagem a todos que perdem tempo cortando o assado de pé para distribuir as fatias de modo igual.
Minha homenagem a todos que lembram de afiar as facas e de comprar panos de prato.
Minha homenagem a todos que não têm pressa e nem egoísmo e servem os outros só para depois cuidar de seu prato.
Minha homenagem a todos que não reclamam de buscar algo a mais na geladeira e sempre estão dispostos, sozinhos, a recolher a sujeira, embalar as sobras em plástico filme e lavar a louça.
Minha homenagem a todos que nunca são valorizados, que nunca são elogiados, que nunca recebem aplausos: mães, pais, avós e avôs silenciosos, heróis desconhecidos de nossa cozinha, que mantém vivo o ritual de se amar pela refeição.
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (27/2) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:
3 comentários:
Lindo demais! Adorei!! abraço,chica
Nossa! Nunca um texto traduziu tão bem minha pessoa! Euzinha!
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