Arte de Mike Worrall
Ele se perde todo, fica desequilibrado. Gagueja.
Se a mulher começa a fazer um gesto, ele salta o tom de voz, escorrega no silêncio, entra em parafuso, em estado de furadeira. Esquece o que tinha para dizer.
Homem sempre acha que está cometendo algo errado - é sua esposa fazer uma menção com as sobrancelhas ou parar em sua frente e ele cai em pânico. Broxa. Apaga o motor do timbre. Não toca a ligação para frente. Parece que foi desmascarado, que falou uma bobagem e ela ouviu. E agora terá que enfrentar uma discussão de relacionamento.
Homem não consegue manter duas conversas ao mesmo tempo. É obrigado a desligar. É obrigado a saber primeiro o que ela deseja.
Ele fica constrangido com alguém mandando nele. O problema do homem não está em ser mandado, mas que os outros descubram que ele é mandado.
A mulher sim, a mulher pode ser interrompida enquanto conversa ao telefone e não terminará nem um pouco constrangida. Nasceu com o telefone na orelha. O telefone para a mulher é um ponto. O telefone para a mulher é um brinco.
Não se sentirá ofendida. Pode brincar com a mímica do marido. Pode rir de sua presença incômoda. Ou colocar o fone para o lado e perguntar: - Por que está me incomodando, hein?
Ouça meu comentário na manhã de sexta-feira (28/3) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:
Um comentário:
Carpi, diante das recentes resultados da pesquisa a respeito de como a roupa define a solicitação de uma violência sexual lembrei-me do seu texto a respeito do assunto um que fala que quando mulher diz não é não e ponto, em fim se puder relembrar no facebook, em outras redes sociais que utiliza e aqui mesmo será muito bom. Agradeço desde já. E parabéns pelo trabalho.
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