"TRAÍ MEU MARIDO COM O ENTEADO"
Arte de Carlo Carrà
"Estou casada há cinco anos com um homem de 55, ele tem um filho casado, de 26. No início, eu e o rapaz tínhamos problemas. Ele não me aceitava muito bem. O tempo foi passando e apareceu um sentimento que nem sabemos bem o que é. No mesmo período, meu marido ficou doente e o quadro se agravou. Foram muitas as investidas dele, acabei cedendo e saímos uma vez. O problema é que me sinto culpada, e o rapaz continua insistindo, o que eu faço, meu Deus? Muito Obrigado pela atenção. Abraço Maiara"
Querida Maiara,
O sentimento que você não sabe bem do que se trata é incesto.
Você ocupa um papel maternal, mesmo que o filho não tenha nascido de seu ventre. É um filho moral.
Deveria ocupar a posição de tutela, o polo feminino complementar ao marido. O fato do enteado ser adulto e casado não representa atenuantes.
Filho será sempre uma criança, qualquer que seja a idade.
Não poderia se envolver sexualmente com o rapaz. Abusou da superioridade dos laços, da influência que exerce em casa.
E coloca a situação de tal forma que parece que não tinha como se defender: "Foram muitas as investidas dele que acabei cedendo". Que isso?
Não é verdade, querida. Não é uma vítima, uma coitada, enganada pelo enteado. Quando se compra uma realidade, temos que pagar com a memória. Ou pensava que seria de graça?
Sua crise de consciência não provém do que fez de errado, mas do medo da delação, já que o jovem prossegue insistindo e não quer vê-lo aborrecido e confidenciando a história ao pai.
Sequer está arrependida, receia apenas ser descoberta. Incrivelmente considera o romance natural: que mundo vive? Ainda coloca tintas de paixão na aproximação de vocês.
O inferno é hoje sua sala de estar.
Cometeu uma traição trifásica: corneou o marido, com ele doente e ainda com o filho dele. Impossível continuar com o casamento.
Não há maior castigo a um homem, a um pai, a um amante. Violentou todo o legado viril do esposo. Não deixou nenhuma pedra sobre pedra da relação.
Nem a sinceridade tardia é capaz de restaurar a convivência. Concordou que o filho humilhasse o pai e cumprisse o pesadelo psicológico de ocupar o lugar dele na cama.
Nem o completo silêncio abafará o peso da culpa, condenados a fingir naturalidade em almoços, jantares e aniversários daqui por diante.
O resultado da brincadeira: marido traído, nora traída, enteado desequilibrado e família em ruínas.
Meu Deus, sou eu que digo.
O sentimento que você não sabe bem do que se trata é incesto.
Você ocupa um papel maternal, mesmo que o filho não tenha nascido de seu ventre. É um filho moral.
Deveria ocupar a posição de tutela, o polo feminino complementar ao marido. O fato do enteado ser adulto e casado não representa atenuantes.
Filho será sempre uma criança, qualquer que seja a idade.
Não poderia se envolver sexualmente com o rapaz. Abusou da superioridade dos laços, da influência que exerce em casa.
E coloca a situação de tal forma que parece que não tinha como se defender: "Foram muitas as investidas dele que acabei cedendo". Que isso?
Não é verdade, querida. Não é uma vítima, uma coitada, enganada pelo enteado. Quando se compra uma realidade, temos que pagar com a memória. Ou pensava que seria de graça?
Sua crise de consciência não provém do que fez de errado, mas do medo da delação, já que o jovem prossegue insistindo e não quer vê-lo aborrecido e confidenciando a história ao pai.
Sequer está arrependida, receia apenas ser descoberta. Incrivelmente considera o romance natural: que mundo vive? Ainda coloca tintas de paixão na aproximação de vocês.
O inferno é hoje sua sala de estar.
Cometeu uma traição trifásica: corneou o marido, com ele doente e ainda com o filho dele. Impossível continuar com o casamento.
Não há maior castigo a um homem, a um pai, a um amante. Violentou todo o legado viril do esposo. Não deixou nenhuma pedra sobre pedra da relação.
Nem a sinceridade tardia é capaz de restaurar a convivência. Concordou que o filho humilhasse o pai e cumprisse o pesadelo psicológico de ocupar o lugar dele na cama.
Nem o completo silêncio abafará o peso da culpa, condenados a fingir naturalidade em almoços, jantares e aniversários daqui por diante.
O resultado da brincadeira: marido traído, nora traída, enteado desequilibrado e família em ruínas.
Meu Deus, sou eu que digo.
Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 7
Porto Alegre (RS), 20/01/2013 Edição N° 17318
Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
Coluna semanal, Caderno Donna, p. 7
Porto Alegre (RS), 20/01/2013 Edição N° 17318
Preservamos a identidade do remetente com nome fictício.
18 comentários:
"elogio da madrasta", do vargas llosa.
Realmente, por mais que ela queira voltar atrás e contar tudo, mesmo que queira ser perdoada, impossível seguir uma vida saudável em família. Os papéis dos familiares não podem mudar: filho tem que ser sempre filho, mãe sempre mãe, pai sempre pai, irmão sempre irmão. O pai jamais aceitaria a ideia de ser traído pelo próprio filho, e o relação entre a mãe para com o filho, embora ele não tenha saído de seu ventre, como você mesmo disse, Carpinejar, jamais será a mesma. A memória é o pior castigo, quando não é boa.
Beijos!
Acho que a mentira é terrível, é a devastadora desculpa que usamos pra não mostrarmos realmente quem somos. Falo mesmo por mim. Prefiro que me diguem a verdade em qualquer situação.
agir por impulso , sem pensar nas consequências é a causa de tanta infelicidade na vida das pessoas.
Nossa, eu achei essa história de pegar o enteado novinho excitante. Não que eu o fizesse, mas quem garante que não o faria? Quem poria a mão no fogo por si próprio? A carne é fraca, minha gente, e nem mesmo o medo ou a culpa são capazes de segurar a tentação.
o que vc falou é uma verdade Arina,mas se o fizer fique para sempre com esta culpa ou este segredo pra vc,pois aparti do momento que vc fala a alguém toda sua vida sentimental esta posto em jogo...ok...E esta historia é realmente supreendente.
Falou tudo Fabricio, perfeito o texto.
Daniel / Canoas
Capinejar, acho que vc pegou pesado chamando esa relação de "incesto" , ja que o simples fato do rapaz ser filho do marido, não o torna seu filho, menos ainda que este já seja adulto e casado. Ou seja nunca existiu o convivio mãe e filho, incesto alias é mais um dos varios tabos que asombram a nossa sociedade, relações humanas são complexas e você o sabe. Eu analizo a relação da seguinte maneira bem mais simples e beirando a realidade: mulher quente, filho sacana acabou na cama e te digo mais isso não vai parar e provavelmente o marido nunca saiba, Moralmente pessimo, ma ca entre nos extremamente excitante como tudo que é proibido, bjão! Geovana!
Paulyelson, se eu tenho vontade de fazer alguma coisa que me faça sentir culpada, mesmo que de longe, não faço. Guardar segredos não é problema, porque nem tudo na vida é para ser contado. Ainda bem que não sou mãe, nem madrasta, mas entendo a Maiara. Aposto que se fosse um homem falando que transou com a filha da mulher os comentários teriam uma direção bem diferente. Não sei se o Fabrício iria atacar o padrasto acusando-o de incesto...
O texto é maravilhoso, já os comentários me surpreendem muito, que mundo é esse que vivemos? Quanta falta de respeito, de princípios e de valores! Não acredito que pessoas com um bom caráter não consigam aguentar as tentações, não acredito na frase que não mandamos no coração, mandamos SIM, se eu me apaixonar por meu cunhado, meu sogro ou marido de uma amiga ou de uma mulher casada, me afasto, simples assim, não me envolvo, as pessoas se entregam porque querem, por falta de vergonha na cara.
Uma opinião incrível. Fico triste ver nos comentários a falta de respeito como algo natural, sempre dizem que nós adolescentes estamos cada vez piores, mas é uma pena que os exemplos presentes nas nossas vidas sejam esses.
Perfeito. Muito sensata e real a sua resposta. A pessoa torna sua história pública, querendo ouvir um comentário que a faça deixar mais leve sua culpa. Não mesmo! Temos que arcar com o peso das nossas atitudes. Afinal, ela teve a escolha de dizer não.
Excelente exposição de opinião.
Qualquer traição não merece perdão. Merece a cruz da culpa nos ombros por ter deixado o amor de lado.
Nesse caso é pior ainda. Não só traiu o marido, como a nora e ainda fez o enteado trair sua mulher e o pai.
Que a culpa dela se estenda ao enteado, que carregem esse fardo juntos. Não que isso os absolvirá, mas cometeram um crime contra a familia (o maior deles) e devem pagar com a consciencia.
Jogo e não perco como essa mulher é uns vinte anos mais jovem q o marido... Com certeza não é uma mulher de 55 anos, senão teria segurado a atração!
Os homens escolhem como segunda esposa mulheres q poderiam ser suas filhas, depois começam a pintar essas paixões e acaba nisso. Desgraceira total!
Nossa! Nunca li nada tão sincero, honesto, sem pretensão de enganar ou passar a mão na cabeça e dizer: Calma, ainda tem jeito. Ou até mesmo tapar o sol com a peneira!
Bravo, bravo!!
Me pergunto por que não posso ser eu mesma, sincera, direta, clara... sem que as pessoas se ofendam...
Parabéns!!!
A questão não é se isso pode ser considerado um incesto ou não, se ela é mais jovem vinte anos que o marido, ou se a escolha dele quanto a isso foi errada. O que importa aqui é o que deve existir em toda e qualquer relação, aquele detalhe que devemos ter até por quem não gostamos: RESPEITO! E esse passou longe dessa cena.
Fiquei incrédula ao ver mulheres adultas apoiando essa sem caráter alegando que a carne é fraca... Então se vocês acharam um cunhado bonito, não interessa se ele é marido da sua irmã? Eu nem me imagino olhando pra cunhado, primo, genro, enteado ou marido de amiga. Por favor, gente!
Que mundo é esse que vivemos? E as mulheres correm fazer a marcha das vadias pra poder defender algo como isso? E pra quem questiona "se fosse um homem com a enteada" tenho certeza que o Carpinejar desaprovaria com a mesma veêmencia. Queria ver se vocês soubessem que seus maridos tem um caso com a filha de vocês... Aceitariam a desculpa da carne fraca?
Não sou nenhuma moralista, nem santa, mas família é algo sagrado. Quem quiser por em prática fantasias sexuais, procure alguém bem longe do núcleo familiar...
Que absurdo! Sei de uma história parecida que terminou de uma forma bem trágica. Os traidores mortos pelo traído. É lamentável o fato de que além de não respeitarem o compromisso selado, também não souberam respeitar a família. Histórias assim não terminam bem... E a verdade demora mas sempre aparece...
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