terça-feira, 3 de abril de 2012

VOCÊ É UM WORKAHOLIC?

Arte de Arshile Gorky

Eu baixei o aplicativo "me engana que eu gosto". É quando busco me convencer de que não sou viciado no trabalho.

Sinais de que você passou da conta:

- Quando avisa que "vai adiantar trabalho". Decide resolver com antecedência os compromissos para garantir o descanso depois. O que acontece? Mergulha no computador escrevendo sem olhar para os lados. No dia de folga, tem idêntica carga de tarefas esperando solução. Não adiantou nada, trabalhou um dia a mais.

- Quando explica que irá apenas conferir os emails: significa que você será sugado pela caixa de correspondência. Um e-mail não é uma carta, é uma rede de contatos, de compromissos, de links. Email é seqüestro - tem gente que não volta mais. Tudo o que você responde hoje retorna em segundos. Dez emails respondidos serão vinte emails a responder. Cuidado ao replicar rápido, o destinatário percebe que você é John Wayne e transforma suas mensagens em MSN.

- Quando não telefona mais para os amigos, pensando que eles entendem a falta de tempo. É um engano: amizades não suportam migalhas.

- Quando leva o celular para o banheiro.

- Quando sua mãe não liga mais para você. Mãe desistindo de procurar é caso grave.

- Quando reprime as idas ao banheiro.

- Quando começa a competir com sinaleiras.

- Quando briga com garçons e caixas de supermercado.

- Quando adoece somente nos feriados e nos finais de semana, para não atrapalhar o ritmo do serviço.

- Quando esquece de almoçar e apenas lembra disso de noite.

- Quando se irrita com os velhinhos caminhando nas calçadas ou se enerva com motoristas mais lentos.

- Quando descobre que o filho já sabe falsificar sua assinatura.

- Quando diz para sua mulher: "Hoje não, estou com dor de cabeça". Daí é o fim. Você trabalhou tanto que simplesmente não existe mais. Falta de sexo é o fim da vida privada.

Ouça meu comentário de terça (3/4) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:

3 comentários:

O Neto do Herculano disse...

Acho que já fui um pouco assim,
mas o serviço público,
aos poucos,
vai desconstruindo minhas utopias.

Simone MartinS2 disse...

Bom dia...Digamos que somente um terço...No mais, sou leve e tranquila...Minha mae diz que: estou esperando o mundo acabar em barrancos, para que eu possa, morrer encostada...kkkkk
Mas sou responsavel com meus compromissos, isso sim, sempre!
Abraços

Unknown disse...

Lendo este texto fico pensando, quanto sou viciada em trabalho e até transformo trabalho em vida ou a vida em trabalho.
Às vezes chego imagina que o período que tenho entre as 17 h e as oito do outro dia são o intervalo do trabalho, mas que na verdade estou vendo e-mails, portal do MEC, SIMEC, dando uma olhada se o FNDE liberou verbas e entre uma coisa e outra ouço minha filha, respondo uma coisa ou outra a meu marido.
Quando absorta entre a mudança de horário que muda outra vez na escola, não esqueço o arroz no fogo.
Quantos outros colegas que planejam aulas corrigem provas, fazem monografias ou mil coisas pertinentes ao “Ofício de Mestre”.
Não sei se viciados em trabalho, mas ou fazemos assim ou então nosso trabalho não será completo. Pois não estaríamos com nossas tarefas em dia, Talvez o tempo de planejamento seja pequeno demais. Horas atividades insuficientes e de desculpa que para sermos professores temos que ter Dom e coisa e tal, somos quase que em massa obrigada a dispor de nosso tempo disponível em prol do trabalho e sem remuneração extra.
Para ser médico, advogado, arquiteto também tem que ter dedicação e dom, mas a remuneração é digna. Suas horas extras dispensadas ao trabalho são devidamente remuneradas.
Professores fazem por gosto seu trabalho, defendo-os, remuneradas ou não, as provas estarão corrigidas, as aulas planejadas. E ainda vêm pessoas dizendo que nossa formação não é boa, estamos com índices muito baixos e a qualidade de educação caindo. Imagina se depois da nossa jornada legal de trabalho fechássemos nossos cadernos de registros e planejamentos, onde estariam esses índices...
Toda classe tem atribuições bem definidas, nós também temos, mas atuamos como enfermeiras, psicólogas, assistentes sociais, investigadoras, mães...
Nas nossas rodas de conversas entre as amigas sempre surge um Joãozinho que não tem tênis- Será que alguém pode ajudar?_José veio com fome para escola, alguém sabe o que aconteceu? Assim somos nós; professores metade Dom e Metade Formação, mas que mesmo com todos os percalços da profissão continuamos.
Claro que o trabalho em demasia acontece em qualquer profissão, mas ser professor já virou significado de trabalho extra.
Acredito que as condições devam ser mais dignas e hora atividade expandida, para sobrar tempo de ficarmos ao lado de nossa família, sem o cronômetro do lado, por que tenho que acabar o trabalho da escola.
Adorei o texto do Fabrício Carpinejar, como a palestra dele. Que nos devolve perguntas, para auto-analisar e identificarmos. E esse me fez ver o quanto somos workaholic, sem opção!Correndo contra o tempo, atrás de índices, notas e superação.