sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CENTRAL ÚNICA DO AMOR

Arte de Hannah Höch

O emprego contaminou o amor.

O amor tornou-se uma luta sindical.

A greve é a separação. As pessoas se separam para fazer exigências, cobrar transformações do outro, receber benefícios e vantagens que não conquistavam com a rotina.

A separação converteu-se em chantagem.

Os casais não se separam mais porque não se amam, mas porque desejam melhorar suas condições de convivência.

É uma luta para ampliar o poder e a influência dentro da relação.

Discutir está fora de moda. A tendência é se separar de vez para convencer o marido ou a esposa dos seus argumentos.

A distância é um ultimato. A saudade é uma pressão. O fim é uma ameaça.

Perde-se um amor para ter seu valor reconhecido.

Se o homem não quer casar, a mulher some para que ele sinta falta e logo volte com um par de alianças.

Se a mulher não quer morar junto, o homem dá um gelo e logo consegue dividir o teto.

A artimanha vale para convencer o parceiro a ter filhos, a fazer viagem, e comprar casa. E também para forçar alguém a parar de fumar ou beber.

A CUA (Central Única do Amor) vem crescendo. Não brinque em serviço.

Ouça meu comentário na manhã desta sexta-feira (5/12), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:



Um comentário:

Juliana Cardoso disse...

MARAVILHOSO!