Dizem os dicionários velhos que ranço é um sabor e um cheiro acre associados aos alimentos mal-acondicionados.
A nossa linda língua portuguesa possui também uma palavra para nomear um certo estado de espírito adquirido por certos seres que, por não conseguirem superar mágoas profundas, apresentam em suas atitudes, às vezes muito bem dissimulado, um profundo ódio secreto, uma grande aversão a tudo que contém vida, mas, principalmente, a tudo que demonstra alegria e, consequentemente, criatividade no ato de viver sadiamente.
Então, meus caros amigos, qual seria a tal palavra? Em uma única palavra: rancor! Pois é, observem que, poeticamente, foneticamente, ranço e rancor estão próximos.
Pois bem, a intelligentia de direita – e, por favor, não me venham com a ideologia neonazifascista que afirma, a querer iludir, não existir mais esquerda e direita, poupem meus neurônios! – sofre de uma patologia que batizo de, em nome da futura lucidez humana, “ranço de rancor”.
Por que estou a falar disso, na morte de Saramago? Ora, porque naveguei na rede, de língua portuguesa, e encontrei muitos sites descendo literalmente o cacete em Saramago. Detalhe, o Escritor está morto e, portanto, incapaz de se defender.
Qual a ladainha assassina nesses sites? Que Saramago foi um stalinista; que foi um defensor dos crimes perpetrados pelo estado soviético; que foi um defensor da ditadura de Fidel Castro; que foi um defensor do terrorismo de Osama Bin Laden etc.
Faço a seguintes perguntas: 1) Será que um monstro desse calibre seria capaz de construir toda uma literatura num dialeto, isto é, o português – após, praticamente, os sessenta anos – e conquistar um Nobel (por favor, sem qualquer canonização)? 2) Será que foi possível a um monstro desse quilate encontrar e viver o seu grande amor aos 67 anos! e dedicar ainda toda a sua literatura à humanidade representada na figura de sua mulher amada, Pilar del Rio, enquanto a direita neoliberal fomentava este apodrecido câncer capitalista?
Ora, minhas senhoras e meus senhores, Saramago, sem dúvida, deve ser ensinado em todas as escolas, principalmente, aquelas de língua portuguesa.
Ainda mais, o neocristianismo deve ser criticado, em profundidade, levando-se em consideração a obra do grande escritor ateu.
Tenho orgulho de pensar-sentir em português, a língua de Saramago! Viva a Democracia! Viva o NEO-SOCIALISMO!
não sei se está lembrado, mas eu estava no Festival da Mantiqueira e declamei algumas poesias de autoria própria para vc e outras pessoas num barzinho, isto foi no sábado a noite, e também entreguei meu zine para uma pessoa da mesa, infelizmente naquele momento eu não estava com mais cópias... se vc se interessar eu te envio o zine. ainda não conheço bem o seu trabalho, mas o pouco que li me agradou. abraços! Victor Canti
9 comentários:
Figuraça! Muito boa a entrevista!
RANÇO DE RANCOR
by Ramiro Conceição
Dizem os dicionários velhos que ranço é um sabor e um cheiro acre associados aos alimentos mal-acondicionados.
A nossa linda língua portuguesa possui também uma palavra para nomear um certo estado de espírito adquirido por certos seres que, por não conseguirem superar mágoas profundas, apresentam em suas atitudes, às vezes muito bem dissimulado, um profundo ódio secreto, uma grande aversão a tudo que contém vida, mas, principalmente, a tudo que demonstra alegria e, consequentemente, criatividade no ato de viver sadiamente.
Então, meus caros amigos, qual seria a tal palavra? Em uma única palavra: rancor! Pois é, observem que, poeticamente, foneticamente, ranço e rancor estão próximos.
Pois bem, a intelligentia de direita – e, por favor, não me venham com a ideologia neonazifascista que afirma, a querer iludir, não existir mais esquerda e direita, poupem meus neurônios! – sofre de uma patologia que batizo de, em nome da futura lucidez humana, “ranço de rancor”.
Por que estou a falar disso, na morte de Saramago? Ora, porque naveguei na rede, de língua portuguesa, e encontrei muitos sites descendo literalmente o cacete em Saramago. Detalhe, o Escritor está morto e, portanto, incapaz de se defender.
Qual a ladainha assassina nesses sites? Que Saramago foi um stalinista; que foi um defensor dos crimes perpetrados pelo estado soviético; que foi um defensor da ditadura de Fidel Castro; que foi um defensor do terrorismo de Osama Bin Laden etc.
Faço a seguintes perguntas: 1) Será que um monstro desse calibre seria capaz de construir toda uma literatura num dialeto, isto é, o português – após, praticamente, os sessenta anos – e conquistar um Nobel (por favor, sem qualquer canonização)?
2) Será que foi possível a um monstro desse quilate encontrar e viver o seu grande amor aos 67 anos! e dedicar ainda toda a sua literatura à humanidade representada na figura de sua mulher amada, Pilar del Rio, enquanto a direita neoliberal fomentava este apodrecido câncer capitalista?
Ora, minhas senhoras e meus senhores, Saramago, sem dúvida, deve ser ensinado em todas as escolas, principalmente, aquelas de língua portuguesa.
Ainda mais, o neocristianismo deve ser criticado, em profundidade, levando-se em consideração a obra do grande escritor ateu.
Tenho orgulho de pensar-sentir em português, a língua de Saramago!
Viva a Democracia! Viva o NEO-SOCIALISMO!
Eu amei a entrevista porque foi sincera !
Sem falsos rótulos e quase visceral de tão apaixonada !
Beijos
Luka.
FABULOSO!
SHOW...SHOW...SHOW...
E viva as mulheres perdigueiras, e como vc mesmo disso, também somos, EU SOU MESMO E ASSUMO!!!!
Quanto a escrever...PERFEITO...sem rituais, sem manias, sem hora, a gente escreve, simplesmnete escreve.
VC É FABULOSO!!!!
Grande Fabrício...trabalho em uma livraria e vi nque o livro tá indo bem...merece...abraços.
Fabro, adorei a entrevista, hj olhei melhor nos teus olhos, vc é meigo... e isso é tão belo!
um bjo grande!
Muuuuito boa a entrevista !! Adorei
não sei se está lembrado, mas eu estava no Festival da Mantiqueira e declamei algumas poesias de autoria própria para vc e outras pessoas num barzinho, isto foi no sábado a noite, e também entreguei meu zine para uma pessoa da mesa, infelizmente naquele momento eu não estava com mais cópias...
se vc se interessar eu te envio o zine.
ainda não conheço bem o seu trabalho, mas o pouco que li me agradou.
abraços!
Victor Canti
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