terça-feira, 19 de junho de 2012

PORTO ALEGRE SENTIMENTAL


Quando alguém me pergunta onde fica a rua Azenha, indico para dobrar na Casa Tigre.

Logo percebo o erro: Casa Tigre? Ai ai, não tem mais.

No meu bairro, insisto em entrar na rua Santos Neto, pela Protásio Alves, onde na esquina tem a Farmácia Petrópolis.

Não, a farmácia desapareceu há dez anos: o lugar já foi uma ferragem, já foi uma floricultura, já foi um ponto de decoração.

Procuro corrigir o arquivo, porém ele está corrompido. O GPS da infância não será atualizado. Sou dominado pela localização emocional, pelo hábito da recomendação, pelas referências históricas.

Debaixo da capital atual, há uma Porto Alegre sentimental com Ribs, JH Santos, Hermes Macedo, Arapuã...

Não são residências habitadas por mortos, barulhos esquisitos e correntes arrastadas. E sim residências que não superaram a fama de um comércio.

Ouça meu comentário na manhã de terça (19/6) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:


Um comentário:

Capeleto disse...

Ótimo texto. E assim é por outras cidades também!