quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O QUE A AMANTE PRECISA SABER

O que a amante precisa saber: se ele mente para uma mulher, mentirá para todas. Se ele destrata uma mulher, destratará todas. Se ele esconde algo de uma mulher, esconderá de todas. Se ele não se importa com que os conhecidos comentam sobre a sua mulher, nunca se importará em preservar e proteger qualquer uma outra.

Não existe verdade unilateral. Não existe conversão. Não existe aquela máxima salvadora: “comigo será diferente”. Não existe exceção, que é somente fiadora de desastres.

O infiel dificilmente pedirá o divórcio. Aliás, o caso faz com que o casamento dure ainda mais, porque confere um lazer e um entretenimento adicionais para uma rotina regrada. Não escolher é manter as opções. A aventura acaba fortalecendo a imobilidade: por que mudar se tenho tudo o que quero?

A questão central é que ele mente mal e você, amante, é generosa em ouvir e crédula em aceitar. A separação é iminente e nunca acontece, não é estranho? E os motivos para o perpétuo adiamento são sempre iguais: ou a mulher está doente ou ela depende financeiramente dele ou não encontrou o momento certo ou os filhos não aceitarão bem o desenlace ou enfrenta um momento delicado no trabalho.

É evidente que ele nunca vai se separar, desfruta de uma situação cômoda. Homem apaixonado não pensa, joga o compromisso para o alto e depois assume as consequências. Quem calcula demais fundamenta o medo e não se joga no precipício - é um estrategista do abandono de causa.

Quando a relação passa da quarta noite e não há mudança, ele não romperá nenhum vínculo. Ou ele perde a cabeça nas primeiras semanas ou jamais terá o coração dele.

Não se engane com as juras fartas. Aquele que promete acertar as contas e que reclama do casamento está faltando com a verdade: quem diz que ele não vem transando seguidamente com a esposa e se divertindo em casa? Conta apenas com a sua desinformação para seguir com a impunidade da vida dupla. Isso quando não tem segunda e terceira amantes e se arma da confusão para não amar ninguém.

Os encontros podem garantir satisfação na hora, porém desgastam a esperança, criam insalubridade emocional e arrastam personalidades fortes para a desvalia e depressão. Não dá para ser clandestino e feliz durante muito tempo.

Publicado em UOL em 12/01/2018

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito! Duro de ouvir, mas, verdadeiro!!!