terça-feira, 6 de março de 2012

PERDOE SEUS PAIS

Arte de Giacometti

Gostamos mais de punir do que amar e perdoar. Para reclamar e cobrar, não pensamos duas vezes. Para desculpar, ainda estamos pensando.

Todo marido ou esposa sofre com a separação. É resistir ao transbordamento do ressentimento, acompanhar com pesar a transformação de uma personalidade atenta e interessada em tudo o que você diz para um ente completamente estranho, indiferente e amargo, que mal olha em seus olhos.

Se a antipatia declarada do divórcio já atormenta, não conheço algo mais cruel do que a distância de uma mãe de seu filho. Quando o filho rompe com os pais velhos e demora a fazer as pazes, confiando num futuro infinito para a reconciliação.

Na praia do Cassino, a amiga Berenice, 73 anos, comprou duas casas geminadas, uma para si e outra para seu filho, Juvenal, 39.

O que ela não previa era o estremecimento das relações entre os dois. O boicote filial vem durando quatro veraneios.

Juvenal prepara churrasco, recebe amigos e familiares, brinca com os vizinhos, e jamais convida sua mãe a participar de qualquer festa. Ela fica na varanda, triste e sonolenta, observando a algazarra, mexendo sua cadeira de balanço para trás e para frente.

Juvenal passa de manhã pela residência materna, que é caminho da padaria, e não a cumprimenta nem na ida, muito menos na volta. Atravessa reto, como se ela não existisse, como se fosse um túmulo desconhecido.

Seu desprezo extrapolou a conta. Mesmo que tenha razão em brigar, não há sentido em prolongar a dor de alguém que envelheceu.

Ela experimentou 60 dias na praia com a expectativa de uma retomada dos laços com sua criança grande. E os dias são décadas para a terceira idade. E as décadas são séculos para os cabelos grisalhos.

Não tomava banho de mar para não correr risco de perder o reencontro. Mantinha-se tricotando na entrada, despistando o choro da voz. Uma Penélope do próprio ventre. Uma viúva de suas vísceras.

É um erro forçar que nossos pais mudem de comportamento, é uma tolice educá-los com reprimendas e devolver castigos da infância, é inútil propor que eles concordem com nossas opiniões. Forçar uma retratação não tem sentido. O ódio é apenas um segundo nome da dependência.

O filho sempre será o lado mais fraco, acostume-se, o lado que deve ceder. Não é justo brigar com quem tem o dobro de nossa idade. Podemos guerrear com irmão, virar as costas a um amigo, onde ocorre uma equivalência etária, onde haverá tempo para acertar as arestas.

Mas nunca destrate pai e mãe enrugados. Finja que concorda. Mude de assunto. Não seja o centro da discórdia. Não prolongue o mal-estar. Estar certo não nos acrescenta em importância.

Esqueça o rancor. Antes que a morte seja a última lembrança. E o arrependimento cubra a lápide com a voracidade dos inços.






Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, p. 06/03/2012
Porto Alegre (RS), Edição N° 1700

37 comentários:

Ariadne Manfredine disse...

Estou passando por uma fase similar.

Na verdade é uma fase permanente, quase 30 anos, desde que me conheço por gente, só que diferente de Juvenal eu ainda moro na mesma casa.

Não é fácil gastar uma vida inteira tentando ser o que você não é só para agradar quem te deu a vida. Não é fácil se olhar no espelho e se sentir um fracassado por não conseguir dar sentimentalmente a essas pessoas o que você gostaria (ou o que elas gostariam).

Esquecer o rancor, os problemas do passado e do presente não é fácil, assim como falar também não é.

Ótimo texto!

Adriana Gonçalves de Oliveira disse...

Prezado/Estimado/Querido Fabricio,
Não se preocupe em escrever mais nada em sua vida! Mas se desejar continuar escrevendo, não se preocupe com mais nada (coesão/coerência, ortografia, gramática, tema - nada) porque depois deste texto você disse tudo! Sabias palavras, atitude valiosa ... Obrigada! Estou repassando seu texto a todas as pessoas que prezo pois acredito que todas precisam ter a chance de saber isso, caso ainda não tenham descoberto esta grande verdade! Abç

Jane disse...

Fabrício, que post MAIS saudável e humano que vc fez !!!! Deus te abençoe por isto.
beijo.
Jane

Pikipédia disse...

Comecei a ler o texto ainda firme. Continuando a leitura, as lágrimas teimaram em não brotar, mas estavam afoitas para molhar minha face. Ao final, parei, pensei e estou aqui com um aperto danado no peito. Percebi que minhas lágrimas, com a idade, estão escasseando. Até pensei que elas eram, um dia, fruto da minha imaginação. Minha mãe tem 89 anos e está vivendo comigo. Viveu até os 88 só, ativa, enérgica, disposta. Vejo, paulatinamente, suas rugas, suas dores, seu sentimento de fracasso e frustração, sua solidão, suas saudades. Não será mais a mesma. Eu a amo e quero seguir o raciocínio respeitoso do poeta Carpinejar: não é justo fazer sofrer nossos pais. Nunca.

Nathália Brunini disse...

Belíssimo!

Ramiro Conceição disse...

Fabro.

Embora perdoar seja uma atitude digna, contudo creio ela traz em si algumas limitações de valor (axiológicas), pois perdoar no fundo é absolver alguém de alguma pena, culpa, ou seja, a priori existe um culpado, ou devedor e, ao mesmo tempo, por outro lado, uma vitima de alguma injustiça oriunda de outrem.

Portanto, no ato de perdoar há um juízo de valores, uma valoração, quer dizer, quem perdoa eticamente “vale” mais do que aquele que recebe o perdão, pois este se encontra num estado inferior, maculado, “vale menos” relativamente a quem perdoa, isso admitindo a existência duma escala de valores éticos que, no geral, é totalmente contingente e pertencente a uma dada época histórica.

Logo o perdão não é como se crê algo transcendente mas, ao contrário, é imanente à moral e aos ditos “bons” costumes. Obviamente que não estou a falar aqui de situações limítrofes causadas, por exemplo, por biopatas. Aí o campo é outro: a psiquiatria.

Comentado especificamente, agora, seu texto. Não ficou clara a história de Juvenal e sua mãe. Será que durante o período no qual a mãe viveu só seu filho não precisou em algum momento de sua presença? Será que a maternidade foi presente? E se quando presente, castradora? Pelo escrito, não sabemos. E se agora, depois de décadas de sofrimento e vários casamentos infelizes, Juvenal conseguiu finalmente respirar sadiamente e, aí, por colossal egoísmo, a mãe construiu uma casa adjacente aquela de seu filho? Puta sacanagem!!!!

Ser novo, ser filho, ser mãe ou pai, ou ser velho nunca foram critérios de bondade ou sanidade. A realidade mostra inclusive o contrário, basta ler os jornais ou consultar um psiquiatra experiente.

No cânone cristão está dito e escrito “Honrar pai e mãe”; porém desde de que os ditos-cujos o foram efetivamente (isso não está dito nem escrito, é uma pena).

Haveria então algo transcendente ao perdão? Sem dúvida a compreensão! Pois o ato de compreender significa: abranger; encerrar; conter; entender; alcançar com a inteligência; perceber; notar; depreender; saber apreciar; e [antigo] ACHAR (ALGUÉM) INCURSO EM, OU CULPADO DE.

Ander disse...

Lindo texto e interessante também o cometário do Ramiro Conceição.

Valeram meus 10 minutos aqui.

Seja perdoar, seja compreender, vale muito a reflexão.

Diamantes novos são mais lapidáveis. Mudemos nós, filhos. Aceitemos. Sabe-se lá, no âmago da vida deles, quais e com que força foram os tapas que levaram. Nossa complacência é um direito adquirido.

Vida longa a eles.

http://devaneiosedescaramentos.blogspot.com/

Ramiro Conceição disse...

Muito grato, Anderanso.

Finalizando o comentário...

A compreensão é o útero de Deus - a Grande Mãe! - ao perdão.

leila disse...

mas e depois que eles morreram? se depois você descobre coisas que só desconfiava e que provocavam sentimentos ruins por toda a infancia, uma nuvem escura que vc nem sabia o nome ? tem perdão?

Anônimo disse...

Será que sou burra,não entendi:os filhos tem que nos perdoar por termos nascido antes do que eles,termos outro tipo de criação,um dia eles também vão estar velhos e os filhos deles estarão,alias já vão nascer dentro de outra modernidade.ai vão se lembrar muito de nós.Perdi minha mãe com dez anos de idade.agora com 52 não tive a vida que eu sonhava,no entanto estou aqui até que todos estejam encaminhados na vida.não pude dar a eles tudo que gostaria,mas tenho certeza que consegui ensinar e mostrei o caminho certo,eles vão me perdoar por isso?

Ramiro Conceição disse...

Leila.

A vida é algo inacabado… Logo todos nós, de alguma maneira, ao partir, deixamos ( no perfeito do indicativo ), deixamos ( no presente do indicativo ) e deixaremos ( no futuro do presente ) farpas que feriram, ferem e ferirão…

O desafio da compreensão, isto é, a sua delicadeza, é deixar algo melhor acabado, porém não finalizado, aos que virão… Não seria assim o processo evolutivo de viver e morrer, Leila?

Estou admitindo que não há involução, ou seja, nós, os seres humanos, somos umas das infinitas faces do universo à GRANDE VERDADE, a ser descoberta…

Simone MartinS2 disse...

Boa noite...Li teu post., num blog.de uma amiga e adorei, então, ela pediu que eu o visitasse que ia adorar...Estou aqui a te seguir e se permitir irei ficar...Abraços

Carpinejar disse...

oi querido Ramiro!

Escrevi ali que foi a mãe que comprou a casa para os dois:

"Na praia do Cassino, a amiga Berenice, 73 anos, comprou duas casas geminadas, uma para si e outra para seu filho, Juvenal, 39."

Adorei todos os comentários.
beijo
Fabro

Anônimo disse...

Não vou mais perder meu tempo com você. Simples assim...

Ramiro Conceição disse...

Mas querido Fabro,
não é terrível para um homem, aos 39 anos, morar numa casa comprada pela mãe, de 73?

(Para mim, tal fato seria intragável...).

Fabro, mire-se em você!
Veja quanto você já construiu e destruiu!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Izabela Cosenza disse...

palavras para serem repetidas diariamente.
lindo texto.

teresa58 disse...

vou mandar por mail pra minha filha.
Quem sabe isto nos reaproxima?
Obrigada pela oportunidade.
Texto lindo e verdadeiro

Marcela disse...

ESPETACULAR!

Anônimo disse...

RAMIRO CONCEIÇÃO:
Vergonha é roubar ou matar, ganhar uma casa comprada pela mãe não tem vergonha alguma, em que século você vive?
Meu sogro te uma ótima condição econômica e nos ajuda, não sinto vergonha, afinal de contas, ele pode, não estou tirando de quem não precisa.

Anônimo disse...

RAMIRO CONCEIÇÃO:
Vergonha é roubar ou matar, ganhar uma casa comprada pela mãe não tem vergonha alguma, em que século você vive?
Meu sogro te uma ótima condição econômica e nos ajuda, não sinto vergonha, afinal de contas, ele pode, não estou tirando de quem não precisa.

Mel. disse...

Este texto é uma lição de vida. Obrigada!

Edna Cardoso disse...

Querido Fabrício...
Íntima? Pode parecer, mas gosto tanto de ti, dos teus textos, que tomei a liberdade de chamá-lo de querido.
Bem, sobre o texto... Assim como a Ariadne Manfredine, estou passando por uma fase bem parecida.
Relevar atitudes que não concordo, passar por cima como se nada tivesse acontecido... Fiz isto muitas vezes e foi desgastando tanto que estou quase jogando a toalha e desistindo desta convivência que me é tão cara. Amo meus pais, admiro-os, mas filho também se magoa com coisas que escuta e que não merece escutá-las. A idade não confere o direito a ninguém de magoar, de dizer o que lhe vem à cabeça...

Adriana Gonçalves de Oliveira disse...

Meus pais também compraram a casa em que vivo. Eu também não tenho vergonha disso e também não acho que devamos considerar ofensivas as opiniões contrárias às nossas! Muitas pessoas sentem sim vergonha de serem ajudadas desta maneira ... outras não! Simples assim! A
Ah! Adorei o "não há involução".
Tomara! Resolverei metade dos meus problemas se acreditar nisso. Vou fazer todo o esforço .......

Anônimo disse...

Dizer perdoo é tão fácil! Sentir esse perdão e esquecer algo que te machucou a alma e te trouxe traumas e lhe moldou o ser, talvez de forma negativa, são outros 500. A velhice transforma todos em queridos e bonzinhos. As rugas e o olhar tristonho mexem com a gente... Fazer de conta que esqueceu talvez seja umas boa estratégia para todos. Todos ficam felizes, até vc mesmo por estar tentando ser superior a um sentimento que limita sua alegria... Apesar de tudo eu os amo e quero do fundo da minha alma que meus pais sintam todo o meu amor por eles. E faço de tudo para que não percebam minhas frustações, meus traumas gerados lá atrás...
De nada adiantaria e o tempo passou. Vamos olhar para frente.
Luzia

Anônimo disse...

Dizer perdoo é tão fácil! Sentir esse perdão e esquecer algo que te machucou a alma e te trouxe traumas e lhe moldou o ser, talvez de forma negativa, são outros 500. A velhice transforma todos em queridos e bonzinhos. As rugas e o olhar tristonho mexem com a gente... Fazer de conta que esqueceu talvez seja umas boa estratégia para todos. Todos ficam felizes, até vc mesmo por estar tentando ser superior a um sentimento que limita sua alegria... Apesar de tudo eu os amo e quero do fundo da minha alma que meus pais sintam todo o meu amor por eles. E faço de tudo para que não percebam minhas frustações, meus traumas gerados lá atrás...
De nada adiantaria e o tempo passou. Vamos olhar para frente.
Luzia

Cronista Amadora disse...

Carpinejar,
eu me casei há poucos meses. E meus pais estão cada vez mais próximos de mim por isso.
Sair de casa foi um passo importante, até porque, as brigas acabaram, gerando apenas algumas discordâncias aqui e ali. Mas você tem razão, e não quero que a morte e o arrependimento sejam minhas ultimas lembranças de meus pais. E meu afeto por eles cresceu muito mais agora, depois que fui embora.

Anônimo disse...

"Uma viúva de suas vísceras". Forçou nessa, hein Carpinejar? Forçar a poesia é algo que não rola!

Camila G.

com_artigos disse...

Teste de testa...

Ramiro Conceição disse...

Prezado Anônimo.

Meu objetivo aqui não é criar polêmica, posto que o blog do Fabro não possui tal perfil. Isso não quer dizer que não goste duma. Comento em pouquíssimos blogs, nos quais o dono do blog e os comentaristas são polemistas: blog do Milton Ribeiro, do Idelber Avelar, do Charlles Campos, da professora Rachel Nunes e outros.

Comento aqui pela admiração profunda que tenho pelo escritor Carpinejar, o nosso Fabro. Tenho plena consciência da extrema dificuldade que é fazer da própria cabeça, não um instrumento à sobrevivência, mas à existência sadia de si e, consequentemente, dos outros. Pois é, o Fabro é uma dessas cabeças desse nosso imenso Brasil. Isso não quer dizer que concorde com tudo que ele escreva. Não! Tenho várias discordâncias. E ainda bem que seja assim…

Sou um poeta, um intelectual, um acadêmico, um professor de pós-graduação do Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo), um engenheiro metalurgista especialista em processos de redução de minérios de ferro. Grande merda ou pouca merda é isso que sou, historicamente, em meu país.

O meio intelectual-acadêmico-brasileiro é um verdadeiro circo de vaidades onde, infelizmente, se vibra com o fogo do circo de seu vizinho: somos competentíssimos em apontar os erros dos nossos semelhantes, mas verdadeiras vestais pseudocultas, verdadeiras putas, mas nunca DIGNAS prostitutas, quando diante dos méritos dos nossos de carne e osso.

Procuro, dentro do meu possível, romper com esse subdesenvolvido determinismo anacrônico, herdado de nossa cultura luso-espano-ibérica. Ou seja, quando comento aqui tenho como principal objetivo dar ao Fabro parâmetros de reflexão à sua obra, em andamento. Quer dizer, me transmudo em termômetro que, creio, deva ser útil ao escritor.

Creio que os artistas se auto-alimentem!… Dito isso, posso responder agora o seu comentário, caro Anônimo.

Vivo em pleno século XXI. Não tenho nada contra que, por exemplo, jovens - casais ou não - recebam uma “força” de seus pais, ou de quem os ame, quando, por exemplo, do início da conquista difícil da sua independência econômico-afetiva. Afinal, no fundo, no fundo, os filhos são deles mesmos e os amantes também. Isso deve ocorrer – sei lá! – entre os 20-30 anos, em média.

Daí em diante, meu caro Anônimo, se deve ser capitão do próprio navio, que pode ser desde um capitalista negócio frutífero, MAS SABENDO QUE O CAPITALISMO NÃO É A RESPOSTA, a uma colorida BOLHA DE SABÃO À EXISTÊNCIA (aqui estão os artistas…).

Se a escolha foi capitanear uma bolha de sabão, então meu amigo, ou amiga, teça desde cedo a sua coragem porque a briga será brava! Prepare-se para a invisibilidade social, para a grande solidão, para o terrível medo!, que não poderá ser dividido com ninguém. Prepare-se à grande compreensão de que na maioria das vezes você, caro Anônimo, estará certo, contudo, isso não significa que sairá da batalha como vencedor.

Não culpe ninguém pelas desventuras! Busque no grande silêncio da grande Natureza, que Spinoza denominou de Deus, a compreensão de si e de seus semelhantes.

E, finalmente, perdoe-se, se regozije na alegria de ter mantido, apesar de todas as cicatrizes fechadas ou ainda abertas, a sua inocência, a sua delicadeza diante da Criação…

Milton disse...

Nossa, que bonito isso...

. disse...

Valeu Carpinejar e Ramiro Conceição.
Como se diz, "Só muda o endereço", os problemas humanos comuns a todos, intelectuais ou não.

leila disse...

Ramiro Conceição

é. valeu. obrigada. um dia chego lá.

Esther disse...

É por medo - e, talvez, por amor - que se negam sentimentos, que se evitam palavras duras, que se finge ser o que não é, que teme-se a decepção.
Por medo, e não muito mais que isso, que se criam várias versões de si mesmo com o único objetivo de agradar. Que não se diz o que pensa e não se faz o que quer para não decepcionar, não magoar. Que se vive a vida desejada pelo outro e se sente um lixo ao ver um sorriso de orgulho. Que não se consegue fazer muito além de chorar diante de um 'eu te amo' por não saber o que se sente. E sentir raiva disso.
-
Fui pessoal demais nesse comentário e estou puxando as lágrimas de volta. Belo texto!

Sergio Aires disse...

Pessoal, não vamos confundir desculpar com perdoar.

Quem desculpa tira a culpa de alguém. Quem perdoa, muitas vezes precisa tirar a culpa de si. Perdoar exige uma introspecção maior.

É mais fácil tirar a culpa do outro que minar nossas mágoas.

Isabela disse...

Puta texto foda. É um dos assuntos mais delicados do mundo, porque muitos pais são mimados e cruéis, manipuladores. Mas tb é preciso se libertar! Deixar que eles pensam e sintam o que quiserem sentir.

Tati disse...

Perfeito!!!

Anônimo disse...

Sr. Carpinejar,

Na oportunidade em que lhe cumprimento e lhe parabenizo pelo brilhante texto, informo (não sei se vais gostar da informação) que após palestra sobre o Capítulo XIV ("Honrai a vosso pai e a vossa mãe") do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, proferida em 04/02/2013 na Sociedade Espírita Ramatís, em Lajeado - RS (www.ramatislajeado.org.br), ele foi lido como finalização, causando comoção em todos os mais de cem ouvintes.

Atenciosamente, Adriano Guahyba.