Arte de Duta Razvan
Conhece algo mais estraga-prazer do que ver duas pessoas rindo e se aproximar e perguntar do que estão rindo?
Acaba com qualquer vontade de rir.
A inveja da gargalhada dos outros é muito chata. O ciúme da alegria dos outros é muito feio.
Perdeu a piada, adeus, não tem recuperação, reforço, segunda chance.
Piada não tem repetição. Piada é momento.
Piada é relâmpago. Viu ou não viu.
Piada não tem retrospectiva. Não adianta pedir para que conte de novo porque já gastou a força e a surpresa.
Piada não tem passado. É só futuro.
Piada não tem como explicar. Ou lembrar alguma parte. Envolve expressão facial, sotaque, cenário.
Piada é na hora.
Não há nada mais sem graça do que os atrasados na piada.
Calma, existe ainda um tipo mais insuportável: é aquele que já conta a piada rindo. E não termina. E se engasga e fica rindo sozinho. Se não sabe contar, por educação, nem tenta.
Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (8/7) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:
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