Amo duas vezes: sendo e falando. Tenho o costume de explicar meu gosto. Não direi "eu sou assim, azar dos outros". Não sou ninguém sem os outros. O inferno é eu comigo.
Amo acordar de madrugada e ficar com a impressão de que aproveitei o trabalho. Já anoiteço cedo.
Amo quando posso me emocionar com os próprios textos.
Amo quando ninguém entende como consegui fazer tantas atividades em tão pouco tempo.
Amo quando sou reconhecido por um sacrifício.
Amo fazer loucuras por quem amo como se fosse simples.
Amo sexo de manhã, que não foi planejado.
Amo quando minha carência não é repreendida, mas vista como engraçada.
Amo passear pelo meu bairro com chimarrão e me acomodar nos degraus de sol dos parques.
Amo virar o shopping pelo avesso experimentando roupas.
Amo o raciocínio poético e as comparações mágicas.
Amo a gargalhada vizinha do choro e da tosse.
Amo ouvir de meus pais as façanhas da infância.
Amo dizer oi sempre que chego num ambiente, mesmo que seja o enésimo oi. No fundo, amo chegar.
Amo massa recheada e pizza. Ao terminar uma refeição, quando realmente gosto, lamento que comi demais.
Amo suspirar. O suspiro é o elevador da alma.
Amo ser recebido no restaurante pelo nome e sentar na mesma mesa.
Amo repetir histórias com ênfase diferente. A invenção é meu esquecimento.
Amo brechós e antiguidades. Sou aficionado por objetos antigos como gramofone, telefone de parede e máquinas de escrever. Já comprei cartão-ponto de uma empresa do início do século passado.
Amo raspar brigadeiro em panela e comer pipoca no cinema.
Amo colocar os livros por ordem alfabética e esconder objetos atrás de meus autores prediletos.
Amo selecionar papéis de carta, canetas coloridas e pastas.
Amo o humor direto dos palhaços e dos filmes mudos de Chaplin e Buster Keaton.
Amo quando encontro gente carinhosa que me faça parecer discreto.
Amo declarações escandalosas na rua, como gritos e corridas para abraços.
Amo comitiva familiar no aeroporto.
Amo organizar meu armário quando adquiro uma outra peça.
Amo estender a roupa em varal aproximando cores.
Amo dormir de conchinha e de pés dados - é se manter conectado durante os sonhos.
Amo dizer eu te amo em toda ligação para a mulher.
Amo a saudade dos minutos mais do que a saudade de dias.
Amo quem não economiza beijo na boca e não é avarento no amor, pois é triste beijar com vontade só na transa.
Amo ler bilhetes românticos de apoio e incentivo na cozinha.
Amo voltar do trabalho e ser surpreendido com a janta pronta. Comemoro abrindo um vinho.
Amo dar presentes e acertar o tamanho e a preferência.
Amo assistir meu time no estádio e falar de futebol por horas a fio com meu filho Vicente.
Amo as perguntas filosóficas de minha filha Mariana.
Amo telefonar para os meus amigos para rir à toa.
Amo quando sou reconhecido pelos leitores, amo quando vejo que sou ainda desconhecido para mim.
Amo a bebedeira devagar do churrasco, emendando a tarde com a noite.
Amo explicar poesia e pintura, citar autores, chamar algum livro esquisito do fundo da memória.
Amo discutir política com preconceituosos, só para provocá-los e descobrir até onde vão com suas teorias reacionárias.
Amo sorvete com cobertura de chocolate na praia.
Amo o barulho do balanço. Estudei ao lado de uma praça, e o esticar das correntes era a vida me chamando.
Amo ler o jornal logo cedo, e depois comentar as manchetes com quem está acordando.
Amo escutar notícias enquanto dirijo.
Amo comer massa chinesa em caixinha, eu me sinto estrangeiro no sofá.
Amo passear por museus e fingir seriedade. O museu é a igreja do meu silêncio.
Amo dançar sem me importar como danço.
Amo cartões na hora de mandar flores. O que me interessa é o buquê das palavras.
Amo lustrar sapatos antes de sair.
Amo ganhar missões e tarefas difíceis.
Amo oferecer o ombro e o peito para o descanso da esposa.
Amo atravessar calçadas com tapetes florido do flamboyant.
Amo os relâmpagos riscando o céu mais do que a chuva nas calhas.
Amo parar em belvedere na estrada para admirar as curvas dos rios. Amo montanha verde, que usa cinto de água.
Amo quando eu me atrapalho e sou perdoado.
Amo quando sou decifrado e não preciso mentir.
Amo quando a verdade é dita com esperança, sem grosseria e julgamento.
Amo ser a pessoa mais importante de alguém.
Amo, no fim, três vezes: sendo, falando e escrevendo.
E, por amor, se precisar, sempre me transformo.
Amo acordar de madrugada e ficar com a impressão de que aproveitei o trabalho. Já anoiteço cedo.
Amo quando posso me emocionar com os próprios textos.
Amo quando ninguém entende como consegui fazer tantas atividades em tão pouco tempo.
Amo quando sou reconhecido por um sacrifício.
Amo fazer loucuras por quem amo como se fosse simples.
Amo sexo de manhã, que não foi planejado.
Amo quando minha carência não é repreendida, mas vista como engraçada.
Amo passear pelo meu bairro com chimarrão e me acomodar nos degraus de sol dos parques.
Amo virar o shopping pelo avesso experimentando roupas.
Amo o raciocínio poético e as comparações mágicas.
Amo a gargalhada vizinha do choro e da tosse.
Amo ouvir de meus pais as façanhas da infância.
Amo dizer oi sempre que chego num ambiente, mesmo que seja o enésimo oi. No fundo, amo chegar.
Amo massa recheada e pizza. Ao terminar uma refeição, quando realmente gosto, lamento que comi demais.
Amo suspirar. O suspiro é o elevador da alma.
Amo ser recebido no restaurante pelo nome e sentar na mesma mesa.
Amo repetir histórias com ênfase diferente. A invenção é meu esquecimento.
Amo brechós e antiguidades. Sou aficionado por objetos antigos como gramofone, telefone de parede e máquinas de escrever. Já comprei cartão-ponto de uma empresa do início do século passado.
Amo raspar brigadeiro em panela e comer pipoca no cinema.
Amo colocar os livros por ordem alfabética e esconder objetos atrás de meus autores prediletos.
Amo selecionar papéis de carta, canetas coloridas e pastas.
Amo o humor direto dos palhaços e dos filmes mudos de Chaplin e Buster Keaton.
Amo quando encontro gente carinhosa que me faça parecer discreto.
Amo declarações escandalosas na rua, como gritos e corridas para abraços.
Amo comitiva familiar no aeroporto.
Amo organizar meu armário quando adquiro uma outra peça.
Amo estender a roupa em varal aproximando cores.
Amo dormir de conchinha e de pés dados - é se manter conectado durante os sonhos.
Amo dizer eu te amo em toda ligação para a mulher.
Amo a saudade dos minutos mais do que a saudade de dias.
Amo quem não economiza beijo na boca e não é avarento no amor, pois é triste beijar com vontade só na transa.
Amo ler bilhetes românticos de apoio e incentivo na cozinha.
Amo voltar do trabalho e ser surpreendido com a janta pronta. Comemoro abrindo um vinho.
Amo dar presentes e acertar o tamanho e a preferência.
Amo assistir meu time no estádio e falar de futebol por horas a fio com meu filho Vicente.
Amo as perguntas filosóficas de minha filha Mariana.
Amo telefonar para os meus amigos para rir à toa.
Amo quando sou reconhecido pelos leitores, amo quando vejo que sou ainda desconhecido para mim.
Amo a bebedeira devagar do churrasco, emendando a tarde com a noite.
Amo explicar poesia e pintura, citar autores, chamar algum livro esquisito do fundo da memória.
Amo discutir política com preconceituosos, só para provocá-los e descobrir até onde vão com suas teorias reacionárias.
Amo sorvete com cobertura de chocolate na praia.
Amo o barulho do balanço. Estudei ao lado de uma praça, e o esticar das correntes era a vida me chamando.
Amo ler o jornal logo cedo, e depois comentar as manchetes com quem está acordando.
Amo escutar notícias enquanto dirijo.
Amo comer massa chinesa em caixinha, eu me sinto estrangeiro no sofá.
Amo passear por museus e fingir seriedade. O museu é a igreja do meu silêncio.
Amo dançar sem me importar como danço.
Amo cartões na hora de mandar flores. O que me interessa é o buquê das palavras.
Amo lustrar sapatos antes de sair.
Amo ganhar missões e tarefas difíceis.
Amo oferecer o ombro e o peito para o descanso da esposa.
Amo atravessar calçadas com tapetes florido do flamboyant.
Amo os relâmpagos riscando o céu mais do que a chuva nas calhas.
Amo parar em belvedere na estrada para admirar as curvas dos rios. Amo montanha verde, que usa cinto de água.
Amo quando eu me atrapalho e sou perdoado.
Amo quando sou decifrado e não preciso mentir.
Amo quando a verdade é dita com esperança, sem grosseria e julgamento.
Amo ser a pessoa mais importante de alguém.
Amo, no fim, três vezes: sendo, falando e escrevendo.
E, por amor, se precisar, sempre me transformo.
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