terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ALIENAÇÃO AMOROSA

Arte de Oskar Kokoschka

O que mais me dói na categoria masculina são homens que abandonam os filhos em função de nova esposa ou namorada.
 
Homens que deixam de ver, visitar e conviver com filhos de outro casamento só para não desagradar a atual mulher.
 
Que não acham tempo para ficar com seus filhos, mas tem todo tempo do mundo para sair e badalar.
 
Homens que apagam sua memória quando trocam de relacionamento. Esquecem suas crianças. Viram tios distantes.
 
Homens que se calam diante de um mal-estar familiar, que não defendem seus pequenos dos constrangimentos na própria casa.
 
Homens irresponsáveis, levianos, que não falam nada para não estragar o romance, que não enfrentam a nova companheira, que não aprenderam nada com o divórcio.
 
Homens fracos, que não conseguem explicar que filho nada tem a ver com ciúme da ex-mulher.
 
Homens tolos que esquecem que filho é para sempre.
 
Homens abobados, frouxos, que concordam em se distanciar de suas crias.
 
Imperdoáveis sujeitos que negam o cuidado filial pela cegueira da paixão.
 
Pais que largam seus filhos enquanto eles esperam por uma visita durante meses, enquanto eles esperam um telefonema durante dias.
 
Filhos são eternos. Não podem ser adiados, trocados, substituídos.
 
Se minha namorada não gostar de meus filhos, não respeitar minha paternidade, não tem conversa, é o mínimo: adeus namorada.
 
Nem penso duas vezes. Não é opcional.
 
Amor que nos leva à alienação parental não é amor.
 
Amor que é amor nos orgulha do que somos e do que seremos com os filhos. 

Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (4/12) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:
 

19 comentários:

Marilia disse...

Leio todas as tuas crônicas. Sou muito fã do que você escreve.
Adorei essa em especial.
Abraços e continue nos brindando com suas palavras.

Sueli disse...

29uumndshCarpinejar, eu gostei demais dessa sua crônica, assim como gosto de tudo o que você escreve. Chamar os homens à responsabilidade para com as crianças é uma necessidade premente. Parabéns e continua olhando o mundo com olhos generosos.

Anônimo disse...

Adoro seus textos e confesso aqui que esse, em especial, me doeu na alma, pois me coloco na condição de namorada que tenta promover a alienação. Sim, eu confesso. Acontece que tentei mtas coisas pra tentar me dar com minha enteada, mas nada deu certo, nada foi efetivo. Sinto mta dor por isso, pois o amo, queria conviver bem com ela que, no alto de seus 16 anos, pouco - ou nada - fez pra ajudar.
Gostaria, por favor, que vc escrevesse algo sobre a posição e responsabilidade dos filhos nessa relação também. É mto dificil ser a "intrusa", a que chegou depois.

Roseli Vaz disse...

Isso é que é ser mais que um Homem, é ser um Pai!
E, depois, ficamos saudosistas dos tempos dos nossos avós!
Precisamos devolvermos às coisas que são valiosas para nossas vidas/sociedade, o seu, devido, valor!

Anna disse...

eu sou a mae que ve o filho ser criado sem pai... por que todas as tentações, obrigações e distrações do mundo lhe são mais importantes que o filho. é triste, viu.

Anônimo disse...

Sensacional, sem palavras! Eloiza

ganhar dinheiro disse...

parabens pelo belissimo blog, acompanho o mesmo desde 2010, recomendo a muitas pessoas. Parabens

Lucy disse...

Linda crônica Fabrício. Lindo modo de pensar e agir. Porque eu admiro demais os homens que tem essa coragem de enfrentar a dor e ir em frente. De recomeçar a vida sem deixar para trás aquele pedaço de vida que gerou. Filho é para sempre....pai é para sempre....não importa o que gerou a discórdia ou a separação. Feliz do filho que tem um pai que não se esquece jamais dessa condição...da eternidade do laço filial. Beijão!! Adoro suas crônicas.

MANOELA disse...

Parabéns por pensar assim! A maioria age de forma medíocre...Abs

Anônimo disse...

Simplesmente por ser capaz de tentar promover alienação, mostra que sua enteada tem todo motivo do mundo para não querer se relacionar com uma pessoa como você.

Anônimo disse...

Sobre a guria que desabafou a respeito da enteada...
Já tive uma enteada que era triste de aturar, não pelo fato de ele ter uma filha e isso me gerar ciúmes, até porque ela não foi minha primeira experiência com filhos alheios e também sou mãe, mas essa, em especial, era de um caráter terrível e isso, somado à cegueira paterna, levou à cabo o meu relacionamento.

... disse...

Perfeito.
Gostaria de gritar seu texto para o mundo, mas infelizmente homens com este tipo de alienação também são surdos.

Unknown disse...

Eu fui abandonada ainda grávida... No ápice de toda sordidez dele, ele me pedia pra fazer minha filha ouvir música clássica na minha barriga e chegou a querer que ela se chamasse Rafaela. No terceiro mês ele literalmente me abandonou grávida para voltar para a ex. Nem reconhecer a paternidade da minha filha ele quis, tive que entrar na justiça.
Pois bem, minha filha nem tinha um ano de vida e a pessoa para a qual ele voltou já estava grávida. Hoje ele continua com ela e faz o papel de pai corretamente.Sinceramente acho que ele é doente!

Anônimo disse...

Realmente há pais assim,so que há tambem muitas “mulherzinhas” que se dizem mãe e que não dão valor ao homem com o qual era casado e agora só pq esta com outra pessoa e a ex nao aceita e fica usando o filho pra infernizar a vida do cara,ao inves de colaborar para que o pai tenha mais proximidade com o filho.
Estou dizendo isso por experiencia propria,pois me casei com uma pessoa que ja tem filho e é um excelente pai,um exemoplo mesmo,do tipo de pai que faz ate dividas pra dar tudo que o filho precisa e ate o que nao precisa,e desde que nos conhecemos (e ate antes de nos conhecer<ainda quando moravam juntos) ela inferniza a vida dele com os chiliques que mulherzinha golpista que usa o filho pra arracar dinheiro do ex de todas as formas possiveis e nao gosta de trabahar pra ajudar ele a dar tudo do bom e do melhor pra o filho, e ela quando esta com raiva nao quer deixar ele buscar a criança ou seja ao inves de deixar o pai ter mais aproximidade com o filho ela faz de tudo pra atrapalhar,mas na hora de pedir dinheiro pra ela e usando o menino como desculpa pra o gasto ela é otima.
Entao,infelizmente a maioria desses pais que após a separaçao e depois de construir outro familia se afastarem dos filho do relacionamento anterio nao é so culpa deles nao,pois a maioria das maes desses filhos "esquecidos" tem culpa por investir em inferniizar a vida do cara ao inves de investir pra aproximar.
È facil vir com um texto super filosofico julgando esse pais sendo q voce nao esta dentro da casa de ninguem pra saber o q realmente acontece.

Anônimo disse...

Eu entendo seu lado. Pelo que você diz você não faz por uma simples implicância ou por ciúme. Você sofre por isso.
Acontece que, mesmo assim, por mais que seja sofrido, você é um dos adultos da relação. E seu marido, qual é a posição dele?
Qual a postura que ele adota nessa história toda. É óbvio que ele tem que o papael dele nesse processo. Qual é? Você não diz, mas é algo essencial pra entender o que está acontecendo.
Outra coisa que me chamou atenção foi o fato de você responsabilizar sua enteada.
Você honestamente acredita que ela seja culpada?
Não lhe passa pela cabeça que ela certamente está demonstrando algum tipo de revolta e/ou agindo de acordo com a possível "doutrinação" de um adulto nó meio disso tudo, talvez a mãe?
Ou não será uma reação a um possível afastamento ou falta de atenção por parte do pai?
Eu vejo uma notável imaturidade da sua parte no momento em que você atribui a responsabilidade de tudo à sua enteada, sem nem sequer tocar no assunto dos pais dela. Afinal, uma criança ou adolescente não existe isoladamente, não faz sentido falar de suas atitudes sem considerar o contexto familiar e a educação recebida, salvo quando se acredita que o jovem age sozinho e que é responsável por si mesmo, o que é uma visão infantilidade do problema.
Não é minha intenção ofendê-la, mesmo porque você parece não estar em paz com tudo isso.
Apenas acho que é uma reflexão essencial para o seu caso.
Além de tudo, se você ama tanto seu marido, não será o caso de cobrar dele uma postura mais responsável como pai?
E você conseguirá se relacionar com um homem que falta como pai?
Você pode ser feliz à custa da destruição do vínculo mais sagrado que existe, que é o de pais e filho?
Se a resposta for sim, penso que está na hora de amadurecer e agir de maneira consciente e responsável, por mais que doa, inclusive porque, se ele se distancia da filha (se for esse o caso), será que um dia, numa eventual separação de vocês, ele não faria a mesma coisa com um filho que por acaso vocês tiverem.
Pense nisto.

Anônimo disse...

Desculpem pela péssima escrita...tenho muita dificuldade de postar do celular sem cometer esses erros...rsrs
Vou me empenhar mais para que não ocorra de novo.

Anônimo disse...

Anônima, que pena que seu relacionamento acabou, ainda mais por causa disso, mas talvez isso revele uma grande sensatez da sua parte, afinal, será que seria adequado continuar um relacionamento com um problema desses?
Por outro lado, vejo no seu depoimento a mesma limitação daquele da moça que admite estar praticando alienação parental: Você é rápida em julgar o caráter de sua enteada, mas nem sequer toca no assunto do contexto da família dela.

Unknown disse...

Olha, a alienação parental que você cita, infelizmente ocorre sim, e muito.
Eu mesma conheço um caso grave.
Mas também sou mãe solteira e tenho muita intimidade com a realidade abordada no artigo.
Portanto acho insensato da sua parte afirmar que a maioria dos pais abandonadores o são por culpa das mães.
Você acusa o autor de não procurar saber o que se passa dentro dos lares, mas e você? Você tem esse conhecimento?
Porque me parece que você se baseia no seu caso específico e em outros que conhece pessoalmente para afirmar que a maioria é assim, o que não é verdade.
Converse com alguns advogados de família e eles lhe dirão que você está enganada. A grande maioria dos homens abandonadores faz isso muito antes de ter brigas e desentendimentos com a mãe.
Basta que ele não seja casado ou não tenha relacionamento estável com a mãe da criança para que aja como se não fosse pai, num aparente processo daquela paternidade pré histórica instintiva inconsciente, segundo a qual o filho de uma parceira não exclusiva não merece cuidado por parte do homem do casal pelo fato de poder não ser filho dele.
O outro problema, que fico feliz em constatar que já começa a ser enfrentado pelos pais modernos, embora ainda de maneira tímida, é que os homens se deixam intimidar e desistem facilmente de seus filhos, dobrando -se à vontade de mães desajustadas, em parte porque já não queriam tanto assim lutar, em parte porque no fundo não acreditam ter o mesmo direito à parentalidade de que gozem as mães.

Unknown disse...

Olha, a alienação parental que você cita, infelizmente ocorre sim, e muito.
Eu mesma conheço um caso grave.
Mas também sou mãe solteira e tenho muita intimidade com a realidade abordada no artigo.
Portanto acho insensato da sua parte afirmar que a maioria dos pais abandonadores o são por culpa das mães.
Você acusa o autor de não procurar saber o que se passa dentro dos lares, mas e você? Você tem esse conhecimento?
Porque me parece que você se baseia no seu caso específico e em outros que conhece pessoalmente para afirmar que a maioria é assim, o que não é verdade.
Converse com alguns advogados de família e eles lhe dirão que você está enganada. A grande maioria dos homens abandonadores faz isso muito antes de ter brigas e desentendimentos com a mãe.
Basta que ele não seja casado ou não tenha relacionamento estável com a mãe da criança para que aja como se não fosse pai, num aparente processo daquela paternidade pré histórica instintiva inconsciente, segundo a qual o filho de uma parceira não exclusiva não merece cuidado por parte do homem do casal pelo fato de poder não ser filho dele.
O outro problema, que fico feliz em constatar que já começa a ser enfrentado pelos pais modernos, embora ainda de maneira tímida, é que os homens se deixam intimidar e desistem facilmente de seus filhos, dobrando -se à vontade de mães desajustadas, em parte porque já não queriam tanto assim lutar, em parte porque no fundo não acreditam ter o mesmo direito à parentalidade de que gozem as mães.