Arte de Paul Delvaux
Estava tomando café com um amigo.
E o telefone dele tocou, tocou, tocou sem parar.
Eu perguntei: não vai atender?
Ele disse que não, não era nada demais, que era a mulher dele.
Pode ser importante, insisti.
Ele explicou que não tinha vontade de ouvi-la.
Busquei entender: aconteceu alguma coisa? Brigaram?
Não, ele me respondeu, não haviam discutido, não aconteceu nada, somente não tinha interesse.
O número da esposa apareceu na tela mais duas vezes sem esperança, em histérico silêncio.
Daí entendi algo importante: quando a esposa deixa de ser prioridade, acabou o amor.
Quando a esposa é adiada não tem mais amor.
Quando não há mais curiosidade, desejo de escutar sua voz acima de tudo e de qualquer coisa, no meio do trabalho ou da alegria entre amigos, acabou o amor.
Quando não há questão de socorrer ou de acalmar, de conversar ou de saber o que aconteceu, acabou o amor.
Acabou o amor.
Ouça meu comentário na manhã de terça-feira (1/7) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:
8 comentários:
Belíssimos textos que tenho acompanhado, sou sua fã. Parabéns!
Nooooossa!
Me encanto a cada dia, com seus textos.
Esse de hoje, fala exatamente do que penso.
Que show estes teus textos.
Parabéns.
É triste quando acaba o amor :/ só não pode acabar é o respeito.
Beijos rimados pra você :*
Bem legal seu blog vou seguir ....
Não concordo. Não foi o amor que acabou, e sim a paixão. O amor precisa respirar, (não conversar), dar um tempo às vezes. Foi isso que o amigo fez...
O amor tem que ser trabalhado...
E dá trabalho...
Vamos fazer renascer das cinzas...
Como sempre nos encantando e dando a graça de suas palavras.
Muito obrigado por este, pelos outros e por aqueles que ainda estão por vir!
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