Arte de Paul Klee
Há um estigma de que a mulher conspira contra a saída do namorado com os amigos.
Há uma tradição de que a mulher não suporta o futebolzinho do seu namorado.
Há um costume de pensar que a mulher quer o homem para si todo o tempo.
Não é justo. A mulher fica feliz com o desapego, quando tem um intervalo para si, quando pode renovar sua solidão. Até agradece quando ele sai de perto e pode respirar tranquilamente.
O que a mulher não aceita é o exagero.
Ela valoriza a independência do namorado, o que não aguenta é a falta de limites das saídas.
Um pulinho para o homem é sempre um salto.
Nunca cumpre o que combinou. Extrapola. Aproveita o alvará para enlouquecer.
Não admite fazer uma coisa de cada vez, é sempre o fim do mundo. Já que está na rua aceita tudo o que é convite.
Um lugar leva para outro que leva para outro que leva para outro e ele aparece às 5h da manhã.
Deixa a casa para somente jogar bola com a turma, e voltar logo, mas depois passa num bar para uma cervejada, encontra conhecidos e termina numa escola de samba.
No dia seguinte, sua mulher enxergará fotos de seu namorado no Facebook sambando sem camisa e dando em cima das passistas.
- Você não ia no futebol? A pergunta já é uma execução sumária.
Homem exagera e perde a confiança.
Toda mulher acreditará que ele está mentindo.
Não está mentindo, ele foi ao futebol, só que não parou ali. Foi muito além da verdade.
Ouça meu comentário na manhã desta sexta-feira (28/11), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo:
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