terça-feira, 2 de dezembro de 2014

TATUAGENS OBSCURAS

Arte de Joan Erbe

Cuide ao fazer uma tatuagem.

Seja bem específico, evitando ruído de comunicação e erro. Planeje os detalhes, para não gerar um engano eterno.

Não adianta pedir para tatuar a Imperatriz imaginando o desenho da jovem das cartas de Marselha, porque pode descobrir em sua pele a Imperatriz velha das cartas ciganas.

Não seja genérico, evasivo. Ofereça o molde, confira a gravura, discrimine a encomenda.

Não vá pedir apenas o Falcão, querendo o Rappa, pois pode receber a imagem do Falcão jogador de futebol ou do Falcão cantor brega.

Por desatenção ou pressa, escorpião pode acabar siri, beija-flor pode terminar sabiá, touro pode ser reduzido a uma vaca.

Uma amiga de cinqüenta anos foi  fazer sua estreia. Sua intenção era tatuar uma tribal nas costas. Só que ela se confundiu e falou que desejava um canibal.

Para quê?

Sempre a vejo na piscina do Grêmio Náutico União com um aborígene enorme tatuado no corpo. Ela virou o bispo Sardinha fervendo na água dos tupinambás.

Ouça meu comentário na manhã desta terça-feira (2/12), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:


Um comentário:

IsABela araÚjo siLVA disse...

Incrível abrir seu blog e ler esse texto sobre tatuagem, vim aqui justamente procurar nos seus textos, que eu adoooro, inspiração para minha próxima, que vai cobrir outra que fiz adolescente e me arrependi amargamente...