Arte de Emil Nolde
Desde pequeno, acreditei na ideia religiosa de fazer uma boa ação por dia, como ceder o assento para quem é mais velho no ônibus, ajudar portador de necessidades especiais atravessar a rua, carregar sacolas de senhoras.
Eu realmente me importava em não passar o dia em branco: bondade era um problema de matemática. Descontava meus pecados com as boas ações.
Pena que deixamos de realizar esta tabuada na relação. Há uma lista de pequenas e singelas ações positivas dentro do romance:
- repor as fôrmas de gelo,
- trocar o papel higiênico,
- não fingir que o sabonete já é uma lasca no box do chuveiro,
- levar o lixo acumulado para a rua,
- arrumar a cama quando for o último a sair,
- dar água para as plantas,
- desovar os potes de comida vencida da geladeira e ter a coragem de lavar.
Não receberá nenhuma medalha, nenhum elogio, nenhuma condecoração por se preocupar com os detalhes mais bobos da vida a dois. Mas já será suficiente para salvar o respeito.
Pois só morre o amor distraído.
Ouça meu comentário na manhã desta terça-feira (11/8) na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, com Antônio Carlos Macedo e Jocimar Farina:
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