segunda-feira, 6 de julho de 2015

A BOFETADA

Arte de Vito Campanella

Não foi brigando com nenhum homem que amadureci. Não foi invocando nenhuma guerra no trânsito que amadureci. Não foi enfrentando tumultos e acotovelando beberrões que 

amadureci. Não foi apanhando dos pais que amadureci. 

Amadureci quando levei uma bofetada da namorada durante a adolescência. Nenhum homem cresce se não levar um tapa na cara de uma mulher em algum momento da vida. Aquele 

tabefe seco, bloft, inesperado, e merecido. E nem pode reagir porque é justo. Aprontou, levou o peso da palavra e do castigo na bochecha. É aguentar a fisionomia de 

tacho, a imobilidade de idiota, a vergonha do vermelhidão. 

Um homem só aprende a assumir seus pecados e sua culpa depois de uma bofetada feminina. Antes ainda é uma criança, ainda é filhinho da mamãe, ainda acredita na impunidade no amor. 

Ouça o comentário na manhã desta sexta-feira (03/07), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, com Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:

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