segunda-feira, 6 de julho de 2015

SEMI

Arte de Endre Rozsda

Não sou famoso, sou quase, vítima sempre daquela observação vaga: "eu te conheço de algum lugar".

O sucesso não subiu à minha cabeça porque jamais deixou os meus pés.

Alguém me encontra na rua e pede para fazer uma selfie, na hora me sinto um ator de novela, o cara ainda fala alto para todo mundo ouvir: "vc é da televisão, muito famoso". Estou já me vendo na capa da revista Contigo!, até que ele destrói qualquer ilusão e me pergunta:

- Como é seu nome mesmo?

Não têm como fugir do vexame.

Ou quando sou cumprimentado no supermercado: "Carpinejar? Adoro tudo o que faz. Sou seu fã, Mauricio Carpinejar"

Nem corrijo. Subcelebridade não corrige nada.

Ou quando me confundem com um outro careca, o Paulo Gustavo. Depois de foto, autógrafo e abraço apaixonado, entendo a confusão:

- Morro de rir com seu programa no Multishow.

Não tenho programa no Multishow.

Só me resta ser sósia, dublê e figurante até a fama chegar. E isso se ela me reconhecer.

Ouça o comentário na manhã desta sexta-feira (26/06), na Rádio Gaúcha, programa Gaúcha Hoje, com Antonio Carlos Macedo e Jocimar Farina:

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