Arte de John Tunnard
Perdi a minha mulher para a geladeira nova.
Antes a nossa geladeira nanica enchia com facilidade, agora para lotar exige contracheque de muitos dígitos.
A minha mulher não sai da cozinha preparando potes e querendo tudo o que é produto para forrar as suas prateleiras.
Ela não vai mais para o quarto e para a sala.
Não tenho como competir com a geladeira: é um armário. Mais forte e musculosa do que eu. 1,83 cm por 80 cm.
Nestes dias, vi a minha mulher abraçada na geladeira.
E a geladeira tem Bluetooth, um botão férias, um botão turbo freezer, um botão festas, um botão drinques, um botão compras.
Não conto com tamanha tecnologia. O que me resta é admitir que fui substituído. Chame o Mensageiros da Caridade para me levar.
Ouça meu comentário na Rádio Itapema na tarde dessa quarta-feira (13/10), às 13h, apresentação de Denise Cruz:
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