Quando uma mulher fica incomodada, ela não falará diretamente com você.
Começa o jogo do esconde-esconde ou quente-frio.
Terá que descobrir sozinho e rapidamente antes do silêncio se converter em mágoa e incriminação.
O beiço é decisivo para notar que algo encrespou dentro da relação.
Não sei como conseguem, mas elas se transmudam da água para o vinagre, sem intermediários faciais.
Os sinais são didáticos.
Se a sua mulher se aquieta de repente, para de comentar e de opinar, de sorrir e de beijar, é que enfrentará o eclipse caseiro.
Não tem erro.
A lua tapou o sol.
Ela viu ou soube de alguma coisa de que não gostou e que coloca a sua reputação em xeque.
Você continua igual, fazendo graça, e não vê a ameaça do fim e do infravermelho apontado em seu peito.
Ou foi uma frase torta de sua parte e nem percebeu ou ela recebeu uma fofoca fresca dos amigos ou mexeu em seus pertences virtuais e saltou um diálogo suspeito.
Neste momento, deve agir com determinação.Se resolver na primeira hora, estará salvo.
Depois de longo tempo, as explicações soam como mentiras.
Parece que teve que pensar excessivamente para encontrar uma saída.
Você perguntará o que aconteceu.
E ela dirá que nada aconteceu.
Não será fácil.
Nem com a repetição do questionamento surgirá a verdade.
Ela passará a fugir do contato visual, mudará de lugar, da sala ao banheiro, do banheiro ao quarto.
Inicia um segundo jogo, o do polícia-ladrão ou pega-pega.
Vá atrás, ela deseja que dê importância para o assunto.
Não desista.
Nunca elas respondem de primeira.
A solução virá com a insistência.
A birra busca mobilizar a sua preocupação e plantar pânico.
Se realmente aprontou, ela quer que mentalize os pecados e desabafe mesmo que erre e sejam outros problemas muito maiores.
Quando descobrir, não invente de menosprezar a ocorrência, muito menos suspire de aliviado.
Esclareça objetivamente o mal-entendido e dê um abraço forte.
Não esqueça o abraço, senão ela não irá acreditar.
Publicado em Jornal Zero Hora em 04/03/17
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