Quando nos descobrimos amando, o que mais precisamos é de tempo para não pensar. E mais tempo para ser.
Não se preocupe com o que deve acontecer, se o par está correspondendo à altura. Não cobre, não julgue, não compare. Apenas se deixe existir.
Não se fie nas ponderações negativas dos amigos, nos conselhos assustados da família, nas dores das relações passadas. Não acredite no pior, que tem o dedo podre, que não escolhe o melhor para você.
Aceite o convite sem raciocinar muito, vá dançar, se divertir, se emocionar, confiar na pele e no tato, andar de mãos dadas sem a vergonha de esbarrar em algum colega no caminho.
Beije pelo beijo, fale pelo prazer de falar.
Se dará certo ou errado, ninguém tem nada a ver com isso. Apaixonar-se não é cartório, não é profecia, não há como adivinhar por antecedência. Só saberemos mais tarde, o caráter vem com a paciência.
Não queime etapas, quem namora devagar vai longe.
Não queira se apressar, mostrar a todos que está amando, não crie restrições, não banque o difícil, não estabeleça joguinhos, não se angustie com o seu status vago no Facebook.
Relaxe no inesperado. É óbvio que sair da rotina traz apreensão. Mas dependemos do novo para sentir diferente.
Recuse a neurose do ciúme e da possessividade, permita se conhecer e conhecer o outro. Teste os limites de seus gostos, experimente o que nunca saboreou, o que nem sonhava fazer.
Acumule alegrias primeiro, para depois decidir se vale a pena. Será mais fácil pesar o coração com a visão do conjunto.
Viva antes de pular fora. Não ouça as razões do medo. Não poderá nunca lamentar que não tentou de verdade.
Nem sofra com a hora das declarações. A saudade dirá por você o “eu te amo”.
Não pense, por enquanto não pense, pensar é se defender do amor.
Crônica publicada em 04/6/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário