Já temos a maior defesa da Copa do Mundo: quando o goleiro inglês Jordan Lee Pickford buscou a bola no ângulo, em chute surpreendente e salteado do colombiano Uribe, da intermediária. Não era previsível o arremate. Uribe mandou um canhão, em reencarnação atômica de Nelinho, de Dirceu Lopes, de Rivelino.
O goleiro do Everton não somente se esticou, ele se desesperou no ar, ele se desintegrou ao vento, ele se arrebentou inumanamente, numa impulsão aquilina. Dos seus 1,85, cobriu os 2,44 da trave e espalmou com a mão canhota para escanteio. Foi uma coreografia encantadora de explosão e elasticidade.
Não sei o que acontece, de modo alquímico, com os goleiros da Inglaterra na Copa do Mundo. O título de defesa do século está, até então, de posse do também inglês Gordon Banks, que apanhou a cabeçada impossível de beija-flor de Pelé em 1970, no México.
Crônica publicada em 03/7/2018
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