Primeiro, ELES matam o corpo. Encurralam, fuzilam, não oferecem saída. Depois, lentamente, assassinam a reputação. Espalham boatos, incriminam a vítima, tiram as suas razões, confundem a opinião, vasculham a sua biografia, compram depoimentos, questionam as suas amizades e decisões, problematizam os seus contatos. Buscam garantir atenuantes para a inexplicável matança. O objetivo é transformar o mártir da indignação em bandido. Para dizer, no fim, que bandido bom é bandido morto.
A injustiça não tem tamanho. ELES nunca se contentam em matar uma vez, realizam o latrocínio político: matam incessantemente para roubar a moral de alguém. É um atentado à pureza de uma causa, à honestidade de um credo humanista.
Não podemos aceitar que Marielle Franco, vereadora assassinada ao lado de seu motorista Anderson na última quarta (14/3) no Rio de Janeiro (RJ), continue morrendo. Sabemos quem é Marielle, queremos saber quem são ELES, OS COVARDES EM TODOS OS SENTIDOS.
Crônica publicada em 17/3/2018
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